quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Compartilhar a Salvação: uma grande responsabilidade!

Durante as minhas férias de janeiro, decidi separar alguns dias para organizar os meus arquivos (físicos, já que os virtuais irão precisar de outras férias). Comecei a limpeza pela a minha mesa de estudo, onde havia dezenas de artigos impressos. Separei os lidos dos ainda não lidos e mandei alguns repetidos para a reciclagem, juntamente com alguns já lidos e que não me seriam mais úteis. Por fim resolvi mexer no meu armário, onde havia (e ainda há) centenas de papeis, artigos, livros, jornais e revistas. Nesta limpeza enchi dois sacos com papeis, papelões e derivados, dando uma organizada na minha bagunça e encontrando coisas que há algum tempo estavam esquecidas dentro do armário.

Entre as coisas ali "esquecidas", encontrei a minha coleção de folhetos evangelísticos guardados dentro de uma caixinha de papelão. Folhetos de tudo quanto é tipo e de vários tamanhos e formatos, alguns do tempo em que eu era Sócio Evangelizador da Sociedade Bíblica do Brasil e recebia e distribuía mil folhetos por mês e sempre separava um de cada modelo para guardar na minha coleção. Após tirar a poeira da caixa, comecei a separar os folhetos e a ler (reler) cada um deles e logo veio a minha mente o sermão do último domingo. O sermão, trazido pelo amado diácono Celso Casarim, teve como texto base II Reis 7:3 - 10, que narra a história de quatro leprosos:

"E quatro homens leprosos estavam à entrada da porta, os quais disseram uns aos outros: Para que estaremos nós aqui até morrermos? Se dissermos: Entremos na cidade, há fome na cidade, e morreremos aí; e se ficarmos aqui, também morreremos. Vamos nós, pois, agora, e passemos para o arraial dos sírios; se nos deixarem viver, viveremos, e se nos matarem, tão-somente morreremos. E levantaram-se ao crepúsculo, para irem ao arraial dos sírios; e, chegando à entrada do arraial dos sírios, eis que não havia ali ninguém. Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos sírios ruído de carros e ruído de cavalos, como o ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós. Por isso se levantaram, e fugiram no crepúsculo, e deixaram as suas tendas, os seus cavalos, os seus jumentos e o arraial como estava; e fugiram para salvarem a sua vida. Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, e comeram, beberam e tomaram dali prata, ouro e roupas, e foram e os esconderam; então voltaram, e entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa e a esconderam. Então disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; por isso agora vamos, e o anunciaremos à casa do rei. Vieram, pois, e bradaram aos porteiros da cidade, e lhes anunciaram, [...]".

O contexto imediato desta passagem (II Reis 6) nos informa que Ben-Hadad, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército e cercou a Samaria "E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça de um jumento por oitenta peças de prata, e a quarta parte de um cabo de esterco de pombas por cinco peças de prata". A fome era tanta que aquelas pessoas, que ainda possuíam algum recurso, compravam cabeças de jumento e esterco de pombas.

O jumento era o único animal dos que os israelitas normalmente possuíam que era ritualmente imundo, não sendo aceitável nem para sacrifício, nem para comida. Conforme a lei de DEUS dada a Moisés, todo o animal que abrisse a madre (o primogênito) teria de ser dedicado ao Senhor. O jumento, porém, teria que ser resgatado, ofertando um cordeiro ou um cabrito, o que era algo muito valioso naquele tempo e por isso o dono tinha que está realmente disposto a possuí-lo. Caso não fosse resgatado, a lei ordenava que se cortasse a cabeça do jumento. Oitenta peças de prata [ou siclos] equivalem a 913,92 gramas - quase 1 kg de prata [cada siclo equivale a 11,424 gramas]. Um grama de prata está valendo hoje cerca de R$ 1,00, então estamos falando de algo em torno de R$ 913,92 por cabeça de jumento.

O esterco de pombas, conforme o historiador judeu Flávio Josefo (38 d.C. - 100 d.C.), servia de sal para a cabeça de jumento a ser comida. Outros comentaristas nos informam que o esterco servia de combustível para refogar a cabeça de jumento. A palavra traduzida como "cabo" ("quarta parte de um cabo de esterco de pombas") é a transliteração da palavra hebraica "qab", uma medida de capacidade para secos que equivale a cerca de 1,5 litro (Strong # 06894). Então aproximadamente 375 ml de esterco de pomba. Cinco peças de prata [ou siclos] equivalem a 57,12 gramas, algo hoje em torno de R$ 57,12 por menos de meio litro de esterco de pomba.

Muitas pessoas em Samaria não tinham 85 ciclos de prata para comprar uma cabeça de jumento e 375 ml de esterco de pombas, os quais também já estavam se esgotando. Não tendo o que comer, e não tendo dinheiro para comprar mais nada, com a fome já levando as raias da loucura, começaram a matar as crianças, ou pior, mães matando e cozendo os próprios filhos para comerem. E isto já havia sido previsto a mais de quinhentos anos antes, caso o povo se desviasse dos Caminhos de DEUS (Deuteronômio 28:53).

Os leprosos, num ato de total desespero, resolveram ir ao acampamento dos sírios em busca de comida e bebida, já que não tinham mais nada a perder, pois já estavam morrendo de fome e sede. Chegando lá, encontraram - por providência Divina - o arraial vazio e então puderam saciar a sua fome e sede, livrando-se da morte. Estes leprosos, por um momento, talvez por egoísmo, medo ou até mesmo vergonha, resolveram, após estarem saciados e livres da morte, esconder todos os alimentos e as riquezas com eles enquanto milhares de pessoas morriam de fome e de sede em Samaria. Porém logo, num momento de clara iluminação Divina, perceberam o grande erro que estavam cometendo em não repartir esta Boa Nova aos demais moradores famintos e sedentos que estavam padecendo lá na cidade.

O pregador nos chamou a atenção para o fato de que nós, os salvos por Cristo Jesus, que já saciamos a nossa fome com o Pão da Vida (João 6:35) e a nossa sede com a Água Viva (João 4:10,14), muitas vezes, por egoísmo, medo ou vergonha, escondemos para nós mesmo esta Boa Nova. Estamos caminhando com um cesto repleto de pães nas costas e com um cantil cheio de água na cintura por uma cidade faminta e sedenta e passamos sem ao menos deixar cair ali uma migalha de pão ou uma gota de água. Por que, tendo recebido tanto e de graça, somos tão relutantes em dividir e compartilhar? Por que nos calamos em dia de Boas Novas e guardamos tudo para nós mesmos, enquanto milhares e milhares de pessoas morrem sem conhecer o Salvador? Foi assim que me senti quando encontrei aquela caixa cheia de folhetos empoeirados e esquecidos dentro do meu armário. Eu com uma caixa repleta de "pão e água" enquanto muitos estão sedentos e famintos pela Palavra de DEUS. Naquele mesmo dia tirei a poeira de cada folheto e já começamos a distribuí-los, pois assim como os quatro leprosos, fomos coagidos pela consciência: "Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos"; coagidos por DEUS: "algum mal nos sobrevirá"; e coagidos pela urgência: "por isso agora vamos, e o anunciaremos".

Havia ali uma cidade inteira morrendo de fome e um acampamento cheio de comida. Naquela cidade havia um rei, um profeta, um oficial e outras autoridades, mas DEUS usou quatro leprosos, pessoas que eram excluídas, intocáveis e esquecidas, na salvação daquela cidade. Se você, assim como eu, já foi alcançado pelo o amor e pela a misericórdia de DEUS, não guarde isto só para você. Compartilhar a Salvação é uma grande responsabilidade, pois é um mandamento de DEUS (Mateus 28:19-20)!

Agora, se você não conhece o Senhor Jesus, ou O conhece de apenas ouvir falar, permita-me repartir contigo estas Palavras de Jesus: "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna." (João 6:35 ; 4:14). Venha ler e estudar a Bíblia conosco. Será uma alegria muito grande compartilhar contigo as Boas Novas da Salvação, que um dia de graça recebi e que hoje também de graça compartilho! (Mateus 10:8).

No amor do Senhor e Salvador Jesus,

Doni Augusto

www.pilb.blogspot.com

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