domingo, 10 de junho de 2007

A Bíblia Aberta: Herança da Reforma

A Bíblia Aberta: Herança da Reforma

Quando penso sobre a história do cristianismo, uma palavra sempre vem à mente: a palavra Zelo. O zelo pela Palavra de Deus que os cristãos tiveram para conservá-la clara e pura para que hoje pudéssemos conhecer o Caminho, a Verdade e a Vida Eterna. Mas percebe-se que o zelo varia no decorrer das épocas.

As Escrituras Sagradas são a pura e autêntica revelação da Palavra de Deus aos homens. Aos cristãos cabe o zelo de defendê-la, examiná-la, nela perseverar para que nos seja útil e nela nos seja revelado o caminho da Salvação.

O Zelo estava presente entre os apóstolos e a igreja apostólica quando perseveravam na doutrina. Mas os anos foram passando e o zelo dos cristãos diminuiu. Os homens, assim como Adão já fizera, ousaram ser iguais a Deus. Com as Escrituras fechadas passaram a promulgar "revelações", que se tornavam doutrinas. O zelo pela Palavra esvaziou e a ousadia em "revelar" chegou ao ápice quando as tornaram doutrina com a mesma autoridade da Bíblia, e, por vezes, até superior. Assim, aos poucos, a Bíblia fechada deu espaço às "revelações de doutrinas" promulgadas com fins humanos, pecaminosos e interesseiros atendendo aos anseios de poder e à astúcia política, chegando-se ao extremo de vender perdão dos pecados e o próprio céu como hoje se vende ingressos de cinema ou teatro.

Entretanto, a Palavra de Deus continuava viva e eficaz como espada de dois gumes. Ela não transformava corações e vidas porque estava fechada e inacessível às pessoas. Foi por causa dos interesses heréticos da cúpula da igreja que a Bíblia foi isolada do povo para que ninguém se "tornasse sábio para a Salvação" (1 Timóteo 3.15).

Mas a Igreja do Senhor Jesus tinha a promessa: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16.18). Deus sempre manteve homens fiéis às Sagradas Letras, e, ainda, em tempo oportuno, usou de forma especial seus homens de fé para colocar a Bíblia de volta ao Púlpito, tornando-a o centro da igreja cristã. Para tanto usou homens de diferentes épocas, culminando no Dr. Martinho Lutero, quando desencadeou-se o movimento que conhecemos como Reforma Protestante (31/10/1517).

Foi em Lutero que a Bíblia passou a ser um livro aberto para o povo, quando fez a tradução para a sua língua nacional (Novo Testamento, em 1521, e a Bíblia completa, em 1534). As Escrituras foram colocadas à venda através da recém descoberta imprensa, por um custo 280 vezes menor do que as Bíblias latinas manuscritas. Para Felipe Melachthon, "a tradução da Bíblia foi uma das maiores maravilhas que Deus realizou por intermédio de Lutero, antes do fim do mundo".

O crescimento e a força de retorno às Escrituras não foi mérito isolado da retórica, perspicácia e argumentação dos reformadores (Lutero, Melanchthon, Calvino, Zwinglio e outros) que deram o impulso da recristianização do povo. Foi a Bíblia aberta e compreensível que tornou o povo "sábio para a Salvação". É claro que existiu ambiente político, social e religioso favoráveis, mas a Bíblia aberta nas mãos do povo é que fez a diferença, pois a Bíblia é Deus falando aos corações das pessoas.

O que me preocupa é que hoje o filme começa a se repetir. Estão se proliferando instituições religiosas que, em nome da espiritualidade dos seus líderes, fecham as Escrituras para receberem revelações através da oração, da meditação ou diretamente do Espírito Santo. Em geral faltam critérios e não há quem "examine as Escrituras" para comprovar a veracidade. A Igreja Medieval também não teve a intenção de se afastar da verdade, mas quando a Bíblia foi fechada para serem ouvidas "palavras santas" ditas por "homens de fé", a igreja entrou em decadência. Hoje corremos este risco, pois, além de certas revelações tornarem-se ensino de igrejas, já surgem instituições que detêm ao seu líder o privilégio do contato com Deus e a revelação a ser seguida. Isto, sem contar que muitas doutrinas são ensinadas sem qualquer fundamento bíblico.

Amados pastores e leigos em geral, a nossa preocupação não questiona o poder do Espírito Santo e suas manifestações, pois isto é bíblico, mas chamamos a atenção ao que se faz e atribui ao Espírito Santo para alimentar poder e pensamento de homens. O Espírito, que continua o mesmo, não contradiz a revelação dada à cristandade - A Bíblia. Surgem doutrinas e preceitos sem fundamentação bíblica, ditados em nome de revelações sobrenaturais. Penso que se evidencia a advertência do apóstolo Paulo: "Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho" (Atos 20.29). A Bíblia fechada e homens loquazes são instrumentos importantes para Satanás perturbar a igreja cristã.

Zelemos pela revelação Bíblica, devolvida ao povo com a Reforma; ela é a Herança dos Céus para a Salvação da Humanidade (Jo 20.30,31). Nesta obra não estamos sozinhos nem isolados, mas esta é uma obra própria de Deus para que as portas do inferno jamais prevaleçam contra a Igreja. O discernimento é um Dom de Deus que ele nos dará para o bem da igreja.

Para nós dirige-se a Palavra: "Vigiai e Orai" (Mateus 26.41) e a promessa: "Estarei convosco" (Mateus 28.20).Rev. Airton S. Schroeder

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sábado, 9 de junho de 2007

A Maior Coisa no Mundo

A Maior Coisa no Mundo

Num mundo de falta de compreensão, "o amor é paciente". Num mundo de amargura, "o amor é benigno". Num mundo de competição, "o amor não arde em ciúmes". Num mundo de fama, honra e prestígio, "o amor não se ufana". Num mundo de orgulho, o amor "não se ensoberbece". Num mundo de indelicadezas, o amor "não se conduz inconvenientemente". Num mundo de egoísmo, o amor "não procura os seus interesses". Num mundo de raiva, mau humor e violência, o amor "não se exaspera". Num mundo de insinceridade, o amor "não se ressente do mal". Num mundo de inveja, o amor "não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade". Num mundo de covardia, o amor "tudo sofre". Num mundo de desconfiança, o amor "tudo crê". Num mundo de pessimismo, o amor "tudo espera". Num mundo de perseguição, o amor "tudo suporta".

É difícil expressarmos como essas qualidades do amor são realmente superlativos. Visto que Deus é amor (1 João 4:8, 16), essas qualidades podem ser usadas para mostrar a natureza de Deus:

Deus é paciente, é benigno; Deus não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; Deus não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; Deus tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Deus jamais acaba.

Mas Jesus disse: "Quem me vê a mim vê o Pai" (João 14:9), de sorte que estas palavras também podem se aplicar a Jesus:

Jesus é paciente, é benigno; Jesus não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; Jesus não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; Jesus tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Jesus jamais acaba.

Mas o cristão é desafiado a ser como Deus (Mateus 5:48) e a seguir o exemplo de Jesus (Filipenses 2:5). Então devemos ser capazes de também aplicar a palavra "cristão" a esse texto. Se quiser, leia o trecho novamente, usando a palavra "cristão" no lugar de "amor".

Mas eu devo ser um cristão… e você deve ser um cristão… então nós devemos ser capazes de substituir a palavra "amor" pelos nossos próprios nomes. Leiamos o texto novamente. Usarei o meu nome nos lugares que você deve usar o seu próprio nome:

David Roper é paciente, é benigno; David Roper não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; David Roper não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; David Roper tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. David Roper jamais acaba.

Não sei que sensação este exercício desperta em você, mas posso dizer como eu me sinto: "ele me faz reconhecer quanto tenho de progredir para me tornar uma pessoa espiritualmente madura, uma pessoa que realmente sabe em que consiste o amor!"

David Roper ("The Greatest Thing in The World" ("A Maior Coisa no Mundo"), Preacher's Periodical, agosto de 1982, pp. 23ss. Este é um sermão de uma mini-série sobre "Sermões Dignos de Serem Repetidos" e é a minha versão de um sermão sobre 1 Coríntios 13 proferida por George Bailey na igreja da Faculdade de Abilene, Texas, no quarto trimestre de 1954.)

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Para quando coçam os ouvidos...

Para quando coçam os ouvidos...

Abro minha janela e vejo crise, altos juros, altos impostos. Tempos definitivamente bicudos, pelo menos no que me cerca. O mercado não está pra peixe. A maior parte do povo hoje, comparado a ontem, trabalha muito mais para obter muito menos. Como muitos trabalho feito doido, porque assim Deus me manda fazer, porque gosto, porque amo meus filhos, porque preciso.

Enfim, não faltam razões para que as pessoas sérias tenham mais o que fazer além de ficar inventando moda e discutindo sexo dos anjos. Mas, se assim creio e assim tento pautar minha vida (como muitos o fazem), existem os que disso discordam, haja visto o alto volume de novas modas que continuam surgindo.

Eu me refiro, com todo respeito e com meu assomado espanto, a certos ilustres líderes evangélicos, pastores, teólogos, apóstolos, e sejam lá quais outros títulos apareçam e por eles e que para eles sejam usados.

Tanta coisa séria para ser feita, tanta gente faminta, tanta criança sem escola, tanta gente necessitada, e eles seguem por seus seminários afora discutindo quem é Deus, como é que Deus é, se Ele tem cabelo longo ou curto, se Ele de fato sabe o futuro ou não, se o tal do livre-arbítrio existe ou não, se podemos ou não perder a salvação, se os anjos são assim ou assado, se a igreja subirá antes, depois ou durante a tribulação, se haverá milênio ou não. É o que chamo de 'eterna procura por leviatã'.

Alguns outros vão mais além. Não satisfeitos pela diletância acadêmica, ocupam-se de propor novas teologias, novas éticas, novos padrões, novas doutrinas. Afinal, os tempos de hoje são outros. Como esperar de um homem que possa se satisfazer com um só esposa? Como dizer aos jovens que mantenham-se puros? Por conta disso, vão ajeitando suas doutrinas, suas éticas e seus princípios para que se encaixem no padrão que levam e que julgam adequado que outros levem. Enfim, não é a Bíblia que os molda. Tentam o contrário, embora impossível: moldar a Bíblia aos seus interesses.

Mas, cá entre nós, isso lá é novidade? Não. Há muito tempo não. Veja o que Paulo diz a Timóteo, e a nós:

"Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos" (2 Timóteo 4:3-4)

Ora, você está tendo problemas com sua igreja que não aceita seu ministério por conta de seu padrão de vida? Ora, procure bem que você vai achar facilmente uma comunidade com uma teologia onde 'seus problemas acabaram' (sem qualquer merchandising). Procurando com atenção hoje em dia você encontra comunidades de A a Z, para todos os gostos.

Ou então, será que você está se sentindo esquecido no ostracismo do ministério de uma igreja local? Gostaria de ser mais conhecido em sua denominação? Ora, um dos bons caminhos é inventar moda (siga os tantos exemplos por aí). Proponha uma nova ética, de preferência abrindo espaço para 'minorias perseguidas' pelos puritanos de plantão. Proponha uma nova forma de ver algo velho, mas usando metáforas e associações bastante didáticas. Use adjetivos e advérbios para dizer que o que você prega e canta é turbo, plus, master, profético, extravagante, levítico, é sei lá mais o que. É sucesso garantido, pelo menos por um certo tempo. E quando você começar a cair nas pesquisas, invente moda de novo. Então, com mais experiência ('agora com équiu´).

Siga seus desejos. Siga seus interesses. Reconheça a coceira existente em seu ouvido e procure um novo mestre que a faça passar.

É triste, mas é o que o mundo de hoje nos fala, inclusive o evangélico. Mas é bem diferente o que Deus nos diz, através de Paulo. Basta ver o texto todo:

"Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Você, porém, seja moderado em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério." (2 Timóteo 4: 1-5)

Cura para a coceira nos ouvidos? A boa e sã doutrina, obtida diretamente da Palavra. Afinal, como dizia minha avó, coceira não se cura coçando. Coceira se cura passando o remédio que impede que ela volte.

Recomendação a todos nós?

Ora, pregue a boa, velha e eterna palavra, a que tempo for. Se não lhe derem ouvidos, siga pregando da mesma forma. Sempre há gente para escutar, mesmo que não sejam os maiores públicos.

Repreenda, corrija e exorte. Não conforme a tradição, não conforme esta ou aquela ética, não conforme manuais humanos e convenções falidas. Faça-o com paciência e doutrina - a santa e boa doutrina bíblica.

E seja moderado. Quando alguns dos seus saírem correndo atrás de outros mestres que trazem as novidades que fazem coçar seus ouvidos, controle-se, suporte o sofrimento. Já estava previsto que isto aconteceria. Faça sua obra, siga seu chamado, pregue o evangelho, desempenhe seu ministério. Pregue a Palavra. A boa, velha e eterna Palavra.

Carlos Sider - www.provoice.com.br

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A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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