domingo, 24 de abril de 2005

Pessach - Da Escravidão à Libertação

"Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família" . (Êxodo 12:2-3)

"... No primeiro dia do mês, aos quatorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a páscoa do Senhor. Lev 23:5

A Torah ou Pentateuco não dá nome aos meses, sendo referidos apenas números ordinais (primeiro mês, segundo mês, etc). Os nomes conhecidos hoje datam da época do retorno do povo judeu da Babilônia no começo da era do segundo templo. Isso mostra a grande influência que a Babilônia teve sobre o judaísmo antigo. O primeiro mês, então, passou a ser chamada de Nissan, com isso a Páscoa, em sua originalidade, começa em 14 de Nissan.

Pessach, ou Páscoa é uma das três festas bíblico-judaicas que acontecem na primavera israelense juntamente com Purim(Sortes) e Shavuôt(Festa das Semanas ou Pentecostes). O princípio da festa de Páscoa é lembrar que há a passagem de um estado para outro, ou seja, literalmente, a Páscoa foi instituída para o povo judeu para que ele sempre se lembrasse de que o Eterno se revelou a eles, os juntou, os amou e os libertou de um estado de escravidão e alienação, para um estado de liberdade e alívio. O Eterno, também, queria ensinar ao povo a necessidade de sacrificar um animal inocente para que houvesse a remissão e não a destruição dos Israelitas, e isso podemos dizer que foi a graça do Eterno, portanto, a graça não foi inventada no "Novo Testamento".

O Senhor já estava preparando a humanidade para o princípio de redenção desde quando um ou mais animais foram sacrificados para que Adão e Eva fossem "cobertos" da vergonha do pecado: "E fez o SENHOR D'us a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. (Gênesis 3:21).

Dentro de uma revelação mais profunda, um pouco antes, O Criador fez vir à tona o sacrifício de Isaque, onde Abraão em total obediência, deu seu único filho para ser sacrifício em um ato de amor, obediência e fé ao D'us único. Por causa da fé de Abraão, O Eterno pôde selar Seu compromisso em dar Seu único filho em prol da humanidade através do povo judeu. Jesus(Yeshua = D'us Salvador) já foi profetizado desde o livro de Gênesis e, durante os 1400 anos de sacrifício, o povo judeu fez uma intercessão para a vinda do Messias. A existência de Israel sempre foi fundamental para a existência do mundo, uma vez que D'us escolheu o povo judeu para ser uma nação de sacerdotes, sendo assim, intercessores pela humanidade.

A necessidade de um sangue salvador foi reavivada nos corações judaicos quando tiveram que sacrificar o cordeiro pascal, que tipifica Yeshua, na noite do Êxodo, para que eles não fossem mortos juntamente com os primogênitos do egípcios.

O Eterno, através de Yeshua, nos dá a chance de sermos libertos em todas as áreas da nossa vida. A mente das pessoas hoje estão escravizadas pela pornografia, violência, fofoca, poder, dinheiro, fama, etc, e isso faz com que destruam seus próprios corpos, ou seja, a escravidão mental fará com que as pessoas prendam nesta prisão invisível aos seus olhos, uma escravidão moderna e mental. A obra redentora de Yeshua, que é através das boas novas dentro de um princípio de redenção do indivíduo, leva o homem de volta para D'us. Por isso é que foi necessária uma primeira vinda do Messias, onde nela, o Reino dos Céus poderia ser ensinado aos homens para a prática, fazendo disso um ato profético para vinda do Reino Milenar anunciado pelos profetas, caso contrário, como Yeshua viria reinar soberanamente sem que corações fossem preparados voluntariamente para este reino vindouro? A Torah, com seus princípios eternos, nos ensina sobre o reino. Ela nos mostra o início e o fim dos acontecimentos. A páscoa é um bom exemplo disso. Ela mostra, num plano individual, a condição de um indivíduo em um estado de escravidão passando a um estado de libertação plena, ou seja, tanto no plano físico, quanto espiritual.

Além do princípio Eterno do amor de D'us para com os homens, onde D'us não quer a condenação, mas a salvação. Foi baseado na instrução do Criador "a Torah", que é Yeshua, o judeu praticante, trouxe as boas novas da salvação. Toda a cerimônia de Páscoa traz à lume a lembrança das situações ocorridas antes, durante e depois do êxodo. Todos os elementos que fazem parte da noite do Sêder(ordem) de Páscoa (salsão, osso de carneiro, pasta de maça ou nozes, copo de água salgada, raiz, erva amarga, ovo cozido, o pão sem fermento e os quatro cálices; estes lembram as pragas lançadas sobre o Egito) lembram uma situação passada antes, durante e depois do êxodo e que se identifica com a nossa vida. No Evangelho de João (21:20) está relatado que João, o discípulo a quem Yeshua amava, se reclinou sobre o peito do Mestre na ceia. O reclinar faz parte da cerimônia de Páscoa e lembra que a primeira páscoa foi celebrada por um povo escravizado, mas que nas gerações seguintes, o reclinar seria apenas por lembrança, uma vez que o seu realizar passaria a ser de forma espontânea e não por obrigação. Um outra característica tipicamente judaica da festa, é que em Mt 26:30 mostra que depois de beberem vinho na cerimônia, Yeshua e os discípulos cantaram um "hino", em hebraico "Halel", ou seja, louvor. Este hino, na realidade, é uma coletânea de Salmos que se estende do 113 ao 118 que foi instituído por rabinos antes de Yeshua (Jesus).

Em resumo, a páscoa é uma festa totalmente judaica onde a cerimônia, além de um memorial de que um dia o povo judeu foi escravo em terra estranha e depois milagrosamente liberto pelo Eterno o D'us de Abraão, não só fisicamente, mas também moralmente e mentalmente através da Instrução. A Torah mostra a libertação do homem de sua prisão mental através da fé, praticante na Torah viva que é Yeshua somos libertos no coração (Cavaná intenção do coração). É isso que o profeta anunciou que o Eterno escreveria a sua Torah(mandamento) nos corações não de pedra mas de carne. Este coração é a intenção que em hebraico é chamado Cavaná.

A paganização da Páscoa fez com que toda essa história maravilhosa e o verdadeiro motivo de sua celebração fossem esquecidas e ocultas. Os ovos de chocolates trazidos por um coelho (que por sinal não bota ovo e muito menos de chocolate) nunca traduziram em absolutamente nada o espírito da verdadeira Páscoa. O ovo que faz parte do Sêder de páscoa mostra-nos, através do seu formato, que a aliança do Eterno para com Israel é uma aliança contínua e no deserto Ele dá a sua instrução (Torah) para todos aqueles que a obedecer terá vida em abundância.

O espírito redentor de Pêssach para a humanidade, através de Yeshua, é uma aliança que O D'us de Abraão colocou à disposição dos homens, e ela não deve e nem jamais pode ser alinhada com uma páscoa falsa baseada nos princípios consumistas de ovos de chocolates trazidos por coelhos que nem sequer botam ovos, que por sinal, é contra a ordem da natureza criada pelo Criador, isso é uma acessão que satã faz e usurpa a nossa humanidade.


Luís Cruz e Benandray / www.bibliabytes.com.br

Um comentário:

admin disse...

Bless you, my child.

A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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