quarta-feira, 16 de maio de 2007

A Essência da Obra de Cristo

A Essência da Obra de Cristo

O que nós vimos nas demonstrações islâmicas contra as charges dinamarquesas de Maomé foi outra vívida representação da diferença entre Maomé e Cristo, e o que significa seguir um deles. Nem todos os mulçumanos aprovam a violência. Mas uma lição profunda fica: A obra de Maomé é baseada em ser honrado, e a obra de Cristo é baseada em ser insultado. Isto produz duas reações muito diferentes à humilhação.

Se Cristo não tivesse sido insultado, não haveria salvação. Este foi sua obra salvífica: ser insultado e morrer para resgatar pecadores da ira de Deus. Já em Salmos o caminho da humilhação foi prometido: "Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça" (Salmo 22:7). "Era desprezado, e rejeitado dos homens... como um de quem os homens escondiam o rosto... e não fizemos dele caso algum (Isaías 53:3).

Quando realmente aconteceu foi pior que o esperado. "E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate; e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça... e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!" (Mateus 27:28-30). Sua resposta para tudo isso foi uma resistência paciente. Esta foi a obra para que ele veio. "Como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca" (Isaías 53:7).

Isto não é verdadeiro para Maomé. E os mulçumanos não acreditam que seja verdadeiro para Jesus. Muitos mulçumanos têm aprendido que Jesus não foi crucificado. Um mulçumano sunita escreve: "Mulçumanos acreditam que Alá salvou o Messias da ignomínia da crucificação" (1). Outro adiciona: "Nós honramos [Jesus] mais que vocês [cristãos] fazem... nós nos recusamos a acreditar que Deus permitiria que ele sofresse a morte na cruz" (2). Um impulso mulçumano essencial é negar a "ignomínia" da cruz.

Esta é a diferença mais básica entre Cristo e Maomé, e entre um mulçumano e um seguidor de Cristo. Para Cristo, suportar a humilhação da cruz foi a essência de sua missão. E para um verdadeiro seguidor de Cristo, suportar sofrimentos pacientemente para a glória de Cristo é a essência da obediência. "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa." (Mateus 5:11). Durante sua vida na terra, Jesus foi chamado de bastardo (João 8:41), de bêbado (Mateus 11:19), blasfemador (Mateus 26:65), demônio (Mateus 10:25); e ele prometeu aos seus seguidores o mesmo: "Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?" (Mateus 10:25).

A caricatura e a humilhação de Cristo tem continuado até estes dias. Martin Scorsese retratou Jesus em A Última Tentação de Cristo como destruído pela dúvida e molestado por desejo sexual. Andres Serrano foi financiado pelo National Endowment for the Arts para retratar Jesus numa cruz mergulhado numa garrafa de urina. O Código DaVinci retrata Jesus como um simples mortal que se casou e teve filhos.

Como seus seguidores deveriam responder? Por um lado estamos entristecidos e indignados. Por outro, nos identificamos com Cristo, e abraçamos seu sofrimento, nos alegramos em nossas aflições, e dizemos com o Apóstolo Paulo que a vingança pertence ao Senhor, vamos amar nossos inimigos e vencê-los com o Evangelho. Se Cristo fez sua obra de ser insultado, nós devemos fazer a nossa da mesma forma.

Quando Maomé foi retratado em doze charges no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, a comoção por todo o mundo mulçumano foi intensa e algumas vezes violenta. Bandeiras foram queimadas, embaixadas foram incendiadas e pelo menos uma igreja cristã foi derrubada. Os cartunistas esconderam-se temendo por suas vidas, como Salman Rushdie fez antes deles. O que isto significa?

Significa que a religião sem nenhum Salvador insultado não suportará insultos para vencer seus carrascos. Significa que esta religião está destinada a carregar a impossível tarefa de defender a honra daquele que não morreu e ressuscitou para tornar isto possível. Significa que Jesus Cristo é ainda a única esperança de paz com Deus e paz com o homem. E significa que seus seguidores devem estar desejosos de ter "participação dos seus sofrimentos, conformando-se a ele na sua morte" (Filipenses 3:10)

John Piper


Notas

[1] - Badru D. Kateregga e David W. Shenk, Islam and Christianity: A Muslim and a Christian in Dialogue (Nairobi: Usima Press, 1980), p. 141.
[2] - Citado de The Muslim World em J. Dudley Woodberry, editor, Muslims and Christians on the Emmaus Road (Monrovia, CA: MARC, 1989), p. 164.

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