quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Carnaval: A Festa Da Carne

A palavra carnaval vem do termo "carnevalle" (no dialeto milanês, "o tempo em que se tira para o uso da carne".). Ela é sinônimo de uma festa onde todo o desejo da carne é considerado realizável. Ao longo dos séculos tem sido o carnaval uma festa onde a liberação dos desejos carnais proporciona todo o tipo de pecado. O carnaval é uma mascara para os participantes se entregarem a todo o tipo de perversidade sob o lema: neste dia vale tudo.

O Primeiro Centro do Carnaval foi no Egito. Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis.

Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Os romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria. Na Pérsia, festas da deusa da Fecundidade Naita e de Mitra, deus dos Pastores. Na Fenícia, Festa da deusa da Fecundidade Astarteia. Em Creta, festa da Grande Mãe, deusa protetora da terra e da fertilidade, representada por uma pomba. Na Babilónia, as Sáceas, festas que duravam cinco dias e eram marcadas pela licença sexual e pela inversão dos papéis entre servos e senhores, e pela eleição de um escravo rei que era sacrificado no final da celebração. A Bacchalia era a festa em homenagem a Baco, deus do vinho e da orgia. Na Grécia havia um deus muitíssimo semelhante a Baco, seu nome era Dionísio, da Mitologia Grega, Dionísio era o deus do vinho e das orgias ou Bacanal. "O Bacanal ou Bacchanalia era o Festival romano que celebrava os três dias de cada ano em honra a Baco, deus do vinho. Bebedices e orgias sexuais e outros excessos caracterizavam essa comemoração.

O Carnaval Pagão começa quando Pisistráto oficializa o culto a Dioniso na Grécia, no século VII a.C. e, termina, quando a Igreja Católica adota, oficialmente, o carnaval, em 590 d.C. e adquire as suas características básicas, na Renascença. Termina no século XVIII, quando um novo modelo de carnaval (pós-moderno) começou a delinear-se.

Um outro centro do Carnaval fixou-se nas cidades de Nice, Roma e Veneza e passou a irradiar para o mundo inteiro o modelo de carnaval que ainda hoje identifica a festa, com mascarados, fantasiados e desfiles de carros alegóricos e que muitos autores consideram o verdadeiro carnaval. As características deste carnaval dito "cristão" (católico) é constituído pelo uso de costumes e práticas que fora dele são considerados pecado.

A origem do carnaval no Brasil

O primeiro baile de carnaval realizado no Brasil ocorreu em 22 de janeiro de 1841, na cidade do Rio de Janeiro, no Hotel Itália, localizado no antigo Largo do Rócio, hoje Praça Tiradentes, por iniciativa de seus proprietários, italianos empolgados com o sucesso dos grandes bailes mascarados da Europa. Essa iniciativa agradou tanto que muitos bailes o seguiram. Entretanto, em 1834, o gosto pelas máscaras já era acentuado no país por causa da influência francesa. Ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Somente muitos anos depois, no início do século XX, foram acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade.

O deus do Carnaval

De origem greco-romana, Momo é a figura mais tradicional do carnaval. Segundo consta a lenda, ele foi expulso do Olimpo, habitação dos deuses, por causa de sua irreverência. Nas festas de homenagem ao deus Saturno, na antiga Roma, o mais belo soldado era escolhido para ser o rei Momo. No final das comemorações, o eleito era sacrificado a Saturno em seu altar.

O carnaval traz em si uma manipulação do subconsciente coletivo dos súditos do rei Momo, que os leva a viver quatro dias livres de regras - todas as regras. Aliás, a única regra no carnaval é que não existem regras. E isso faz com que os foliões vivam os dias da festa, desculpe a dureza das palavras, como animais, cedendo a todos os estímulos carnais, saciando todos os loucos desejos, dando vazão aos devaneios da alma. E vão assim, dormindo apenas se desmaiar de cansaço, comendo quando a fome aperta, bebendo muito além da conta (se é que existe uma conta aceitável), fazendo muito sexo e dando muito beijo na boca. Usando e abusando de tudo e de todos de acordo com a conveniência. E a multidão vai, alucinada, tratando pessoas como objetos ou mercadorias e correndo atrás de suas canções pagãs que, conduzem a massa com os seus cortejos carnais. Feito zumbis, seguem com os rostos desfigurados pelo oportunismo do anonimato, obedecendo cegamente as ordens dos seus sacerdotes que pregam o que todos querem ouvir, que comandam a todos de cima dos trios elétricos, para desfrutar dos prazeres transitórios, do lança-perfume, do "eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também" e de "o que importa é curtir até a última gota de energia". É o reino dos prazeres, o império dos sentidos, o fim dos limites, a morte da razão. É como já diziam os versos do poeta popular: "carnaval é tomar banho no chuveiro da ilusão". É a manipulação do inconsciente coletivo que encontra acolhida nos ouvidos ávidos pela palavra de ordem que estabeleça o estado do vale tudo.

Esta festa profana tem estatísticas aterradoras. Dos mortos nas estradas brasileiras nesses dias, a maior parte foi provocada por ingestão de bebidas alcoólicas. A grande maioria dos homicídios tem suas vítimas entre 15 e 25 anos de idade e, durante o carnaval, as vítimas crescem assustadoramente. O carnaval é o período de maior movimento do tráfico de drogas e da propagação de doenças veneras, inclusive a AIDS.

Quantos jovens e adolescentes são iniciados nas drogas ou em tantos outros vícios? Quantos abortos acontecerão na semana seguinte, no mês seguinte? Quantas mortes por overdose? Quantos casamentos desfeitos? Quantos mortos, vítimas de balas perdidas que encontram suas vítimas em golpes certeiros? Quantos mortos em brigas de bêbados? Aliás, só para perguntar, há alguma coisa boa no carnaval?

É triste constatar que as pessoas fazem durante o carnaval o que não têm coragem de fazer nos outros dias do ano. E mais triste ainda é saber que muitos cristãos participam desse verdadeiro culto ao prazer. O prazer é o deus do carnaval. Vale tudo para alcançá-lo, mesmo que por um momento, mesmo que a pesada conta seja apresentada depois.

Posição do cristão e da igreja no período do carnaval

Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se, por isso, de uma manifestação popular manchada de obras da carne, condenadas claramente pelas Sagradas Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e religiosas.

É realmente impressionante como alguns cristãos conseguem participar tão confortavelmente, como se fossem de casa, de uma festa em que a influência demoníaca é tão densa, tão direta e tão óbvia. Eu fico me perguntando se poderia passar pela cabeça de algum cristão alguma simpatia por essa festa chamada de festa da carne. O carnaval é uma festa que Deus não participa. É a festa da carne que conspira contra o Espírito. É uma festa em que a influência do Espírito Santo não está. É uma festa que celebra a ausência de Deus e da influência do Espírito.

O carnaval tem o seu deus. O deus do carnaval é o hedonismo, a busca do prazer como razão maior. O carnaval legitima tudo o que ofende a Deus. E o deus do carnaval não é um deus neutro. Não dá para participar sem se envolver e sem ser contaminado. Ele é, na verdade, um deus rival que disputa com o nosso Deus, o nosso coração. E qualquer pessoa que se dobre diante de um deles não poderá se dobrar diante do outro. O nosso Deus exige exclusividade absoluta. Ele não aceita corações divididos. Ele só aceita se for 100%. Nós não devemos concordar de modo algum com essa comemoração que na verdade é em homenagem a um falso deus, patrono da orgia, da bebedice e dos excessos.

Então, qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a fim de não sermos participantes com eles (Ef.5.7)? Devemos, por outro lado, ficar aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o entendimento (2 Co.4.4)?

Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos atributos, é Santo.

Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que é uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos freqüentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra elas? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo?

Assim, devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e optar pela melhor atividade para a nossa igreja nesse período tão sombrio que é o carnaval. A igreja jamais pode ser omissa quanto a esse assunto. O cristão deve ser sábio ao tomar sua decisão, sabendo que: Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2.2-6).

Conclusão

O carnaval é um exemplo real da sobrevivência do paganismo, com todos os seus elementos presentes. É a explicita manifestação das obras da carne: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes. O apóstolo Paulo declara inequivocamente que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gl 5.19-21).

No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram; continuamos vendo imoralidade, música lasciva, promiscuidade sexual e bebedeiras. Como cristãos, não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito (Rm 8.5-8). Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6.20).

Neste período de carnaval, onde muitas pessoas estarão entregues a carne e suas paixões, vamos orar para que Deus se compadeça de nossa nação, especialmente dos grandes centros urbanos, onde milhões de vidas estarão se entregando a uma festa aparentemente alegre, mas cujo fim , sem dúvida é caminho de morte.

Talvez você não concorde comigo, mais veja o que diz a palavra de DEUS:

  • "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o ESPÍRITO para as coisas do ESPÍRITO. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do ESPÍRITO é vida e paz. (Rm. 8:5-6).

Você pode está se perguntando a inclinação da carne leva a morte? De que morte ele está falando? Estou falando da morte eterna; o homem morre quando permanece longe de DEUS, e o que afasta o homem de DEUS é o pecado, que é manifesto justamente pelas obras da carne. E vivendo na prática do pecado, ou seja, se inclinando para a carne não poderá herdar a vida eterna que DEUS em JESUS CRISTO preparou para nós.

Temos um texto na Palavra de Deus que nos explica com muita clareza esse assunto:

  • "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a cerca das quais vos declaro, como já, antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de DEUS. (Gl. 5:19-20)."

O que você acabou de ler está presente na festa da carne (carnaval), e todas essas praticas e também as que são semelhantes a essas nos afastam de DEUS, ou melhor, nos tornam inimigos de DEUS.

  • "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra DEUS, pois não é sujeita à lei de DEUS, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem agradar a DEUS. (Rm. 8:7-8)".

Para o verdadeiro cristão o carnaval não tem lugar em sua agenda. A Palavra de Deus revela claramente a necessidade de se combater, tudo àquilo que provoca a ira de Deus e recomenda a viver uma vida de estreita comunhão com o seu Senhor (Cl.3.1-15). E isso, eu creio, termina com qualquer discussão sobre participar desta profana, maligna e depravada festa da carne.

No Amor e na Graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,

www.obereano.blogspot.com

Um comentário:

Anônimo disse...

concordo plenamente com os cometários, pois a propria biblia diz
"só existe dois senhores, o senhor do bem e o senhor do mal, houve vocês serve a um ou ao outro".

A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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