quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

Era uma vez

Era uma vez um grande mestre que ensinou muita coisa bonita, falou de amar o criador acima de tudo, falou que ele ia conseguir fazer todo mundo, que quisesse, voltar a ser amigo do criador, falou, também, que cada um devia amar o outro como gostava de si mesmo, que isso ia resolver toda a questão de relacionamento entre as pessoas, inclusive ia acabar com a injustiça. Ele falou que ia construir uma comunhão de pessoas que iriam seguir tudo o que ele estava ensinando e, mais, que o espírito dele ia ficar com cada membro dessa comunhão, mais tarde se descobriu que aquele mestre era o próprio Deus.

Agora, o interessante é que a comunhão que ele queria formar seria formada de pouca gente, ele falou em dois ou três reunidos em seu nome. Gente que gostaria do que ele falou e que reconheceria que ele era o próprio criador vindo mostrar pra gente no que é que ele tava pensando que nós deveríamos ser quando nos criou. Além de ser o sacrifício que permitiria ao criador nos aceitar de novo. Acho que era pra ser um montão de grupos de pouca gente fazendo o que ele faria, avisando o mundo que há um outro jeito de ser gente, de viver como gente, e de tratar gente. Gente que se importaria com gente, que correria atrás de gente, que buscaria salvar gente.

Não sei, mas acho que os primeiros alunos dele, tudo gente que ficou boa depois de andar com ele, não entendeu bem direitinho isso, porque tão logo eles tiveram condição começaram a administrar grupos grandes e, aí, foram buscar um modelo de organizar gente, embora o negócio do mestre era servir gente. Pegaram o modelo da sinagoga, um jeito do povo de onde o mestre veio se organizar para estudar os documentos de sua fé. Era um modelo com chefes reconhecidos e honrados por sua posição, tudo o que o mestre tinha repudiado, mas, acho que eles não pensaram muito nisso, porque, de alguma forma se viram sem alternativa para cuidar de tanta gente. Era uma estrutura, no começo, leve, mas, tão logo os alunos do mestre foram sendo substituídos, a coisa foi piorando, em pouca tempo, os novos seguidores do mestre já tinham um outro modelo, o do templo de Jerusalém, e recuperaram a classe sacerdotal e tudo o que tinha a ver com ela, uns outros alunos do mestre tentaram reverter essa situação, mas, pouco a pouco, foram voltando para o lugar donde saíram. E o que o mestre queria, uma comunhão, virou uma grande instituição, na verdade, um monte de instituições, e quase não se vê mais nada do mestre nelas. Ainda bem que o mestre garantiu um final feliz, porém, o caminho trilhado pelos alunos do mestre não tem sido dos mais felizes. Será que ainda dá para fazer alguma coisa?

Autor: Ariovaldo Ramos - Pastor, Presidente da Visão Mundial, Missionário da Sepal e Escritor.

Fonte: Jornal Palavra (nov. 2004) www.jornalpalavra.com.br

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