quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cruz de Cristo

"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz." (Fil. 2, 5-8).

À primeira vista diríamos que isso é inacreditável. Mas é essa a nossa fé cristã! Paulo acrescenta: "A palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que somos salvos, poder de Deus" (1 Cor 1,18). O mesmo apóstolo concretiza ainda mais sua pregação: "Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas, para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1 Cor 1,22-25).

Nosso problema é entender essa sabedoria de Deus e, mais ainda, passá-la para a cultura de nosso tempo, tão avessa à Cruz e ao projeto divino da salvação. Entramos aqui no âmbito do mistério, não no sentido do incompreensível, mas do desafio de penetrar uma realidade cuja profundidade é muito maior do que as aparências indicam.

A grande pergunta que se faz: por que Deus se fez homem? E outra, mais desafiadora, por que Cristo morreu na cruz?

Para quem não tem fé ou quem vê os acontecimentos humanos apenas à luz da razão e da cultura profana, a morte de Cristo se explica politicamente. Foi morto porque desafiou o poder romano e judaico. Assim, sua morte entra no rol dos assassinatos mais famosos. Para confirmar essa tese, conseguem reunir-se os mais convincentes argumentos. E assim tudo estaria explicado. Jesus seria apenas um judeu qualquer que morreu como muitos outros, pelas mesmas razões que levaram muitos de seus conterrâneos ao suplício da Cruz.

Mas não é isso que a Bíblia nos ensina nem é isso que cremos a respeito de Jesus. Para nós, que cremos na salvação, que se operou pela Cruz, a morte de Jesus se afigura como um sacrifício agradável a Deus.

Portanto, a questão do sacrifício da Cruz é vital para a fé cristã. Se a morte de Cristo não foi verdadeiro sacrifício, agradável a Deus, a salvação não teria acontecido.

Quando nos colocamos diante da Cruz de Cristo, descobrimos ali um mistério que nos leva à descoberta da Lei da Cruz. Ela é incompreensível para quem não crê e para quem se perde, mas é sublime e salvífica para quem crê e ali descobre o sentido não só do sofrimento, mas também da própria vida..

Mas como pode Deus aceitar uma morte tão cruel de seu próprio Filho? À primeira vista, diríamos que representaria a ruína da humanidade. Na parábola, os vinhateiros, que mataram o herdeiro, mereceram ser destruídos. Para a humanidade acontece o contrário: na Cruz está a salvação. A razão disso encontra-se na Lei da Cruz: da morte de Cristo assumida por Ele, com amor e não com ódio; como fonte de salvação e não de condenação. A grande palavra do Calvário que explica todo esse mistério é "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34).

Jesus solidarizou-se de tal modo conosco que assumiu sobre si todo o pecado do mundo e tornou-se o cordeiro, previsto no Antigo Testamento, para tirar o pecado (Jo 1, 29). Ele deu sua vida para nos salvar. Pela morte destruiu o pecado e pela ressurreição nos justificou, dando-nos nova vida, que é eterna!

www.pilb.blogspot.com

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